terça-feira, 21 de julho de 2009

Diário de Tampere - Dias 2, 3 e 4: Afinal isto é um luxo

Pois é… Depois de no primeiro dia ter começado logo a reclamar das condições, afinal isto até é um luxo! Depois de ouvir histórias dos FOJE anteriores, nomeadamente em Belgrado, onde até houve quem não desfizesse a cama com medo do que poderia encontrar debaixo dos lençóis, isto até me parece um luxo!

O grande problema continua a ser a falta de internet… Todas as noites, depois de acabar o serviço, há que fazer 15 minutos a patas até à TUT, Tekknnoolloggikk Unnivversiitt Tampere (eles escrevem as letras todas a dobrar!) para apanhar wireless e enviar o trabalho para Lisboa. Isto quando a rede não se passa e vai abaixo e o camandro…

Enfim… A distância do “campo de concentração”, a que pomposamente chamaram Aldeia Olímpica, para o Mundo (centro da cidade) também já se vai colmatando. Há aqui ao lado um Centro Comercial com 3 supermercados; Há um frigorífico na sala comum do piso; Há uma varanda, logo, há cerveja; há sítio para refrescá-la; há sítio para bebê-la com alguma dignidade.

Afinal, a história de “recolher obrigatório” até às 22 horas era um mito urbano da Aldeia Olímpica. (Damn it! Já estava a imaginar o dia em que o serviço ficava por enviar por não ter net no quarto e não poder sair). Mas como o trabalho acaba tarde e começa cedo (levanto-me às 8h daqui, o que quer dizer às 6h de Portugal), não dá para ir à loucura. Fica para o último dia, sexta-feira. O programa era sair antes do “recolher obrigatório” e só regressar quando reabrissem as portas. Como afinal elas estão abertas toda a noite, será sair e só regressar quando o autocarr estiver a largar para o aeroporto!
Quanto aos nossos meninos, não se estão a portar nada mal mas ainda não houve medalhas. Amanhã a coisa promete nesse sentido. Já caíram 2 recordes nacionais na natação, houve um 4.º e um 5.º lugar no atletismo. Até o “Sarilho”, apesar do 10.º lugar nos 3 mil metros conseguiu fechar o dia em beleza, com a comitiva na bancada a apoiá-lo.

sábado, 18 de julho de 2009

Diário de Tampere - Dia 1: FOJE é para fugir!

Já vi que o FOJE – Festival Olímpico da Juventude Europeia –é mesmo… para fugir! Depois de 4 longas horas de avião entre Lisboa e Helsínquia e mais duas de autocarro daqui a Tampere, constato que a zona da Aldeia Olímpica onde ficamos instalados fica longe de tudo o que é civilização. Trata-se dos quartéis da Academia de Polícia aqui do sítio, uma zona classificada como de Alta Segurança (não é por acaso que também aqui está a comitiva de Israel). Por aqui, a única coisa que se vê em redor é árvores, esquilos e pouco mais…

Depois de logo no avião constatar que aqui não vai dar mesmo para sair à noite (por esta altura do ano, nunca chega a ser noite), vinha preparado para dar umas voltas (pequenas, que a jorna começa cedo), depois do jantar. Mas nesta localização vai ser difícil. Não faz mal… Vai ser uma semana de jantar e poker até morrer!

É então que fico a saber que, devido à alta segurança, não há internet nos edifícios onde as comitivas estão instaladas. Por isso, os dias por aqui vão resumir-se a trabalho, jantar, xixi cama… Lindo serviço… Isto para não falar das prováveis dificuldades de comunicação com Lisboa e das limitações em termos de serviços. Depois de fechar a sala de imprensa, posso esquecer adiantar trabalho ou fazer pesquisas sobre os atletas que cá estão com apoio da indispensável ferramenta que é a internet.


DORMINDO COM O “INIMIGO”
Mas não ficamos por aqui… Depois da longa viagem, ainda ficamos cerca de uma hora à espera na rua, de manga curta sob o braseiro de 12 ºC finlandeses. Até subir ao quarto e verificar que, como numa Academia de Polícia em que estamos, temos de ser nós a fazer as camas, a casa de banho é digna de um parque de campismo moderno.

E como já devem ter reparado, de repente estou a falar no plural… É que tenho de partilhar os “meus” aposentos com o Pedro Figueiredo, companheiro de A Bola e de outra guerra mais antinga, nomeadamente o Muindial de Rugby de 2007. Do mal o menos… Sempre é melhor do que ter de partilhar com algum colega que não conhecesse de lado nenhum. Masmo assim, não resisti a perguntar-lhe se A Bola não tinha lá nenhuma miúda nova e gira para mandar para este serviço. É que da maneira que as coisas estão organizadas, tresanda-me a que se viesse uma colega ainda nos punham também a dormir no mesmo quarto e nem davam conta!

Até amanhã!